"Eu primeiro vou decidir a questão de ordem que foi formulada porque ela pode ter impacto em qualquer decisão ou processo subsequente. Depois que eu decidir a questão de ordem, que será pública, eu vou anunciar em plenário, mas ainda não tenho condições de decidir. Na verdade, eu mesmo nem a li. Eu pedi que a minha assessoria fizesse um parecer sobre ela e só vou ler com o parecer formatado", explica Cunha.
O pedido do presidente da Câmara é para que esse parecer da assessoria fique pronto até a próxima segunda-feira, dia 21.
Esse processo deve atrasar a análise do pedido de impeachment entregue nesta quinta-feira, dia 17 de setembro. Ele é uma revisão do pedido que já havia sido feito pelo ex-petista Hélio Bicudo há duas semanas, mas que Cunha havia devolvido para que fossem feitas alterações formais. O documento também conta, agora, com a assinatura do jurista Miguel Reale Jr. e de representantes de movimentos sociais, além da advogada Janaina Paschoal, que já assinava a primeira versão.
A entrega foi feita diretamente a Eduardo Cunha, em seu gabinete, por Reale Jr.
O documento tem seus argumentos baseados em problemas de responsabilidade fiscal do governo de Dilma Rousseff, nas chamadas "pedaladas fiscais" e em fatos deste mandato e do anterior da presidente. O pedido é considerado é o principal pela oposição, porque seria o mais viável.
"Lutamos contra a ditadura dos fuzis e agora estamos juntos para lutar contra a ditadura da propina. Ela é mais insidiosa do que a dos fuzis, que se apresentam e se fazem visíveis. A ditadura da propina é aquela que corrói a democracia por dentro e elimina a independência e a honradez desta casa, através da compra de partidos políticos e de apoio de deputados", afirma Reale Jr.
Maria Lúcia ressalta que o país precisa "deixar de lado a corrupção e as mentiras".
(com Agência Câmara).