Na carta enviada a Eduardo Cunha, presidente da Câmara, Hélio cita os problemas no país e diz que o governo está "colocando o Brasil numa crise profunda". O ex-petista fala de uma suposta "maquiagem feita pela presidente para tentar esconder os problemas que assolam a nação". O jurista pede ainda que Gilmar Mendes, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), apure todos os itens que "possam ser considerados como crime".
Segundo o fundador do PT, tudo que está acontecendo no país provaria que "Dilma agiu com consciência". Ele se refere às "pedaladas fiscais" – manobra que pode ter aliviado o resultado das contas públicas e será julgada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) – e a suspeita é de que a presidente também esteja ligada ao caso de corrupção da Petrobras.
Bicudo chegou a ser eleito deputado federal em 1991 e atuou como vice-prefeito de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy, de 2001 a 2004. Em 2005, ano em que o mensalão foi exposto na mídia, ele se desfilou do PT e, posteriormente, chegou a declarar apoio a José Serra e Marina Silva.
Palavra do especialista
Segundo o cientista político Paulo Ricardo Diniz, professor da PUC Minas, do ponto de vista político, a ação de Hélio Bicudo não deve ter um peso significativo, mas pode contribuir para um desgaste maior da imagem do governo e da presidente. Porém, ele afirma que Dilma e o PT estão bem preparados para suportar as pressões.
"O governo dá a impressão de que se acostumou com um desgaste muito grande.