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Internacional

ONU pede que Europa aceite 200 mil refugiados

Entre as vítimas das zonas de guerra no mundo estão refugiados da Síria e do Iraque. "A Europa enfrenta seu momento da verdade", afirma o alto comissário da ONU para os refugiados, António Guterres

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"A Europa não pode continuar respondendo a esta crise com uma abordagem fragmentada.
Nenhum país pode fazer isso sozinho e nenhum país pode se negar a fazer sua parte", diz o alto comissário da ONU para os refugiados, António Guterres, na sexta, dia 4 de setembro.

O chefe da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) afirma que a União Europeia (UE) enfrenta um "momento decisivo" e ressalta que as chegadas ao países que compõem esse bloco econômico representam "o maior fluxo de refugiados para a Europa durante décadas", o que exige um "enorme esforço comum" e o fim da atual abordagem fragmentada que tem levado os europeus a falhar na tentativa de encontrar uma resposta eficaz para essa situação.

"Só neste ano, mais de 300 mil pessoas arriscaram suas vidas para cruzar o mar Mediterrâneo. Mais de 2.600 não sobreviveram à perigosa travessia, incluindo o menino de 3 anos de idade, Aylan, cuja foto tem comovido o coração das pessoas ao redor do mundo", comenta Guterres.

A Acnur estima que exista uma necessidade de realocação para cerca de 200 mil refugiados. "Isso só pode funcionar se eles tiverem capacidades de acolhimento adequadas, especialmente na Grécia. A solidariedade não pode ser responsabilidade de apenas alguns estados-membros da UE", completa.

Guterres elogia alguns exemplos de generosidade e de liderança moral "verdadeiramente inspiradores" por parte de alguns países e muitos cidadãos, mas reitera o apelo para uma estratégia coletiva, com ênfase na necessidade da solução dos conflitos. "Agora, a União Europeia não tem outra escolha a não ser mobilizar o máximo de forças para enfrentar esta crise. A única maneira de resolver este problema é a implementação de uma estratégia comum, baseada em responsabilidade, solidariedade e confiança", afirma o alto comissário.

Para o chefe da Acnur, a situação exigirá uma séria reflexão sobre o futuro, pois tal fluxo massivo de pessoas não irá parar até que as causas do deslocamento sejam abordadas. Ou seja, é preciso prevenir conflitos e parar as guerras em curso, que estão afastando tantas pessoas de suas casas.
Os países vizinhos a zonas de guerra, que abrigam 90% dos refugiados ao redor do mundo, devem ser apoiados fortemente, inclusive financeiramente.

(com Agência ONU).