Revista Encontro

Saúde

Pancadas na cabeça podem trazer sérios problemas, e até matar

Especialista mostra o que se deve fazer em caso de traumatismos na cabeça e quais são os tipos de lesões mais comuns

Vinícius Andrade
Jogadores de futebol, lutadores e pilotos de automobilismo.
São profissões que oferecem um risco constante de pancadas na cabeça. Porém, o perigo existe para todos, seja num acidente de carro ou numa simples queda dentro de casa. Alguns tombos podem parecer bobos e inofensivos, mas podem gerar consequências surpreendentes e até mesmo fatais. Saiba como identificar a gravidade dos casos e evitar transtornos que fogem do controle.

A atenção deve ser redobrada para crianças abaixo de 2 anos e idosos a partir de 65 anos. Segundo o médico Gustavo Daher, coordenador do serviço de Neurologia do hospital Mater Dei, de Belo Horizonte, qualquer batida de cabeça nessas faixas etárias merece uma avaliação médica. "A pessoa pode estar bem aparentemente, mas a batida pode trazer consequências sérias nas horas ou nos dias seguintes", adverte o especialista.

Quando as vítimas são jovens e adultos, nem todas as batidas necessitam de atendimento médico. O risco de lesão é muito pequeno, por exemplo, em quedas equivalentes à própria altura da pessoa.
No entanto, ao menor sinal de alerta, é necessária uma avaliação médica com urgência. Alteração da consciência, sonolência, dificuldade para falar e enxergar, dormência no corpo e dores na cabeça ou no pescoço são sintomas suficientes para levar a pessoa o mais rápido para o hospital.

Lesões na cabeça são tão sérias que viraram tema do filme Concussion (Concussão, em tradução livre), estrelado por Will Smith, e que trata da saúde dos ex-atletas de futebol americano dos EUA - Foto: Village Roadshow Pictures/Divulgação

Erros comuns

Você já deve ter ouvido aquela frase: "não deixe a vítima dormir". De acordo com Gustavo, muitas vezes as pessoas se preocupam apenas em não deixar o acidentado dormir e acham que não precisam levá-lo ao médico. "Esse é um procedimento perigoso, porque se houver algum sangramento ou lesão cerebral, a pessoa pode entrar em coma. E não adianta tentar mantê-la acordada, pode ter perdido um tempo precioso", alerta o neurologista.

O famoso "galo", inchaço provocado pelo choque na cabeça, também gera confusão. Ele é um coágulo que se forma entre a pele e o crânio e não pode ser usado como parâmetro para diagnosticar a gravidade da lesão. "Pode ser que forme um 'galo' enorme sem nenhum tipo de lesão, da mesma forma que pode não aparecer o 'galo', mas existir uma lesão grave", diz o médico.

Tipos de lesões

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