Revista Encontro

Bem-estar

Entenda a diferença entre os pesadelos e o terror noturno das crianças

Especialista dá dicas para que os pais possam orientar os filhos de forma adequada em relação a esses dois problemas relacionados ao sono

Da redação
Após um texto na internet ganhar grande popularidade ao perguntar "Quanto tempo realmente precisamos dormir?", feito pela Fundação Nacional do Sono dos Estados Unidos, especialistas se debruçaram sobre o tema e ampliaram a discussão sobre o assunto, especialmente em relação às crianças.

Os pais são confrontados com muitos desafios quando se trata do sono dos filhos e poucas situações são tão confusas ou angustiantes como quando ocorre um pesadelo aterrorizante ou, pior ainda, uma crise de terror noturno.
"Pesadelos e terrores noturnos são diferentes tipos de distúrbios do sono. Vale a pena diferenciar cada um desses problemas e saber como os pais podem ajudar seus filhos a lidarem com eles", afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Um pesadelo é um sonho aflitivo, vívido, em que a criança experimenta o medo, ansiedade ou outras emoções fortes. Pesadelos normalmente forçam a criança a acordar. Um tema recorrente geralmente é abordado, e, muitas vezes, as crianças se lembram dos seus pesadelos. Eles ocorrem mais frequentemente durante o sono REM, de acordo com a Fundação Nacional do Sono.

O especialista fala como proceder em casos de um sonho aterrorizante: "Primeiro, abrace seu filho e incentive-o a discutir o pesadelo com você. Algumas crianças ansiosamente vão relacionar todos os detalhes, e você pode ser solidário com afirmações como: 'Eu sei quão assustador deve ter sido, mas...'. Outras abordagens positivas incluem a possibilidade de o pai 'falar' com o personagem do sonho assustador ou criar um novo final para o pesadelo.
Injetar humor, fazer uma piada sobre bolinhas nas roupas íntimas do personagem assustador, funciona bem com algumas crianças. A ideia é conversar com o filho até que ele se sinta mais seguro e menos assustado", orienta o pediatra.

Se a criança está com problemas para verbalizar o sonho, na manhã seguinte, o pai pode pedir que ela desenhe as imagens que viu no pesadelo e, em seguida, discuta o assunto com ele. "Crianças vítimas de pesadelos geralmente não precisam de tratamento. No entanto, se o seu filho está sofrendo com pesadelos recorrentes ou muito perturbadores, fale com seu pediatra", recomenda o médico.

Terror noturno

Crises de terror noturno são diferentes de pesadelos e podem ser mais alarmantes. Ao contrário das crianças que sofrem com sonhos aterrorizantes, a criança que tem um episódio de terror noturno permanece em um estado de sono. Além disso, esse fenômeno, muitas vezes, é combinado com sonambulismo, segundo o especialista. Um episódio de terror noturno geralmente dura de segundos a alguns minutos, mas pode durar até uma hora. Eles ocorrem no início da noite durante o sono não-REM, de acordo com a Fundação Nacional do Sono.

"Sintomas de terror noturno podem incluir excitação, agitação, pupilas dilatadas, sudorese e aumento da pressão arterial. Os olhos do seu filho podem estar abertos durante o episódio, mas, mesmo assim, ele não está acordado. Às vezes, uma criança grita e parece aterrorizada por vários minutos até que relaxe e volte a dormir", explica Moises Chencinski.

Segundo o médico, "se o filho está em meio a uma crise de terror noturno, fique calmo e não tente acordar a criança. Ela está em um sono profundo. Espere, a crise deve passar em poucos minutos e ele vai voltar a ter um sono tranquilo. O problema pode ser desencadeado por estresse, alimentação ou atividades realizadas em um determinado dia.
É realmente importante manter um registro do que acontece no dia-a-dia de seu filho. Se você não consegue encontrar a causa raiz, ou se as crises de terror noturno levam a comportamentos perigosos ou persistirem para além da adolescência, consulte o seu pediatra".

Aqui estão algumas dicas de "higiene do sono" para crianças:

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