Para desvendar qual bactéria protegia o corpo do contato com o HIV, os cientistas coletaram amostras do muco cervical de 31 mulheres. Em seguida, os estudiosos perceberam que as amostras com concentrações elevadas do Lactobacillus crispatus capturaram o vírus HIV de maneira mais eficiente. Consequentemente, a maioria não foi infectada pela doença.
Segundo o médico Agnaldo Lopes, presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, existem vários fatores capazes de deixar as mulheres suscetíveis ou não à infecção pelo HIV. Algumas são mais vulneráveis ao contato com o vírus, seja por questões imunológicas, inflamatórias ou outros elementos.
O ginecologista conta não é novidade a informação de que a flora vaginal da mulher é povoada por lactobacilos, mas, até então, não se tinha conhecimento dos tipos específicos. "É um estudo importante, porque chama a atenção, pela primeira vez, para um lactobacilo que pode proteger contra a infecção pelo HIV", afirma o especialista.
No entanto, o médico ressalta que ainda é preciso avançar muito para que a bactéria seja realmente utilizada no controle da Aids. "São necessários novos estudos para confirmar esses achados.