A análise é financiada pelo NIHR, o setor de pesquisas do serviço público de saúde britânico, e pela instituição de caridade Cancer Research UK. Os especialistas vão dividir os pacientes em três grupos. O primeiro vai receber placebo, o segundo será submetido a uma dose baixa de Aspirina, e o terceiro consumirá uma quantidade maior. Depois, os pesquisadores vão comparar os resultados.
Os idealizadores da pesquisa terão recurso para desenvolver os testes até 2025. Até lá, a metodologia será realizada em diversos centros de saúde espalhados pela Grã-Bretanha e deve envolver pacientes que estão ou que estiveram em tratamento para o câncer em estágio inicial.
Faz sentido?
O médico Gustavo Lopes, presidente da Sociedade Mineira de Oncologia, explica porque a Aspirina pode estar relacionada à prevenção da enfermidade: "Vários estudos sugerem que alguns tipos de câncer estão relacionados a uma alteração inflamatória no organismo. E a Aspirina tem uma ação anti-inflamatória. Teoricamente, existe uma premissa de que possa surtir efeito".
No entanto, o oncologista alerta que a Aspirina pode provocar alguns efeitos negativos, como hemorragias e alterações gástricas.
"Hoje, não existe indicação nenhuma para o médico fazer essa prescrição de prevenção do câncer com o uso de Aspirina. É importante que o medicamento seja testado ao longo desses anos para não colocar o paciente em situação de risco ou ser mais um método 'fútil'", destaca Gustavo..