O curioso estudo foi publicado no periódico científico Current Biology, no dia 5 de outubro deste ano. Segundo os pesquisadores, algumas espécies, como os lobos, estão com uma população até sete vezes maior do que a que existia antes do acidente de Chernobil. Uma boa explicação para essa "efervescência" da vida selvagem, de acordo com Jim Smith, co-autor da pesquisa e professor da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, é o fim da ação humana, especialmente a caça e a urbanização "desenfreada".
"Quando se tira o fator humano da equação, a vida selvagem renasce. Isso é um reflexo de como é profundo o impacto causado pela humanidade em nosso ecossistema", diz o cientista.
Porém, o estudo inglês não levou em conta a saúde dessas espécies, já que é comum encontrar aves com má formação do bico e outros animais com diferentes tipos de tumores, tudo causado pela radiação que ainda está presente na área de exclusão. Vale ressaltar, também, que a vida selvagem analisada na pesquisa se encontra fora das chamadas "zonas quentes", que estão diretamente ligadas à região do acidente de Chernobyl.
"Nós não analisando a saúde de indivíduos, e sim, a saúde de populações de animais. Estamos lidando com um tipo de radiação diferenciado, e o que podemos dizer é que estamos confiantes de que a vida selvagem está muito melhor agora do que estava antes do acidente", completa Jim Smith..