O escândalo da manipulação das emissões dos gases poluentes começou com uma acusação da Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA), dos Estados Unidos. No mês passado, a EPA fez a denúncia de que uma família de motores a diesel da Volkswagen apresentava um software que fraudava testes em laboratório. Desde então, verificou-se que o equipamento foi implantado em mais de 11 milhões de veículos em todo o mundo.
Mengale detalhou o funcionamento do sistema. "O software tem uma grande complexidade. Ele identifica que a condição daquele momento é de teste e faz uma regulagem do motor, que emite menos poluentes nessas condições. Na condição de rodagem, o software modifica o funcionamento do motor e privilegia a performance do veículo", explica o diretor da Volkswagen Brasil.
O executivo destaca que a utilização do carro com o software não apresenta nenhuma "dificuldade", e que o aplicativo não interfere na segurança e no desempenho do carro. "Mesmo assim, faremos o recall assim que o software estiver pronto", afirma.
Segundo Antônio Mengale, a notícia da fraude foi recebida com surpresa pela Volkswagen do Brasil, e que o primeiro passo foi verificar se os carros brasileiros que usam esse tipo de motor também tinham o software.
Mengale diz que o esforço da empresa, agora, é descobrir se os resultados reais dos testes de emissões de gases nos carros fraudados estão ou não fora dos limites estabelecidos pela legislação nacional. E ainda, que a Volkswagen vai arcar com as possíveis consequências da fraude, como possíveis multas. "Mesmo ele alterando o resultado dos testes, precisamos checar se o veículo está ou não em conformidade com a lei brasileira. Mas, independentemente da reposta, nós substituiremos o software antigo pelo novo que está em desenvolvimento", completa.
(com Agência Brasil).