A segunda inscrição ocorre quando o médico trabalha em áreas fronteiriças entre dois estados ou quando ele muda temporariamente para fazer cursos ou especializações. Deduzidos os registros secundários, o total de médicos no país soma 399.692 profissionais.
Considerando-se o total de registros médicos no país, já que um médico pode atuar em estados diferentes, o Brasil tem, em média 2,11 médicos para cada grupo de mil pessoas. A taxa é muito próxima a de países desenvolvidos como Estados Unidos , Canadá (2,4) e Japão (2,2). Segundo Mário Scheffer, coordenador do estudo, nessa média não é considerada o número total de médicos, mas o de registro, porque "um profissional com dois registros tem de ser contado nos dois estados, porque ele é mão de obra para ambos".
Desigualdade
A distribuição desses médicos pelo país é muito desigual tanto entre as unidades da federação quanto em relação a capitais e interior do país. A região sudeste, por exemplo, concentra mais da metade dos médicos do país (55,3%), enquanto a região norte tem apenas 4,4% desse total, seguida pelo centro-oeste, com 7,9%.
O estado do Maranhão dispõe de 5.396 médicos, o que corresponde a 1,3% do total de profissionais brasileiros, enquanto sua população corresponde a 3,4% do total nacional. A média é a mais baixa do país, de 0,79 profissionais para cada grupo de mil pessoas. O estado de São Paulo concentra 117.995 médicos (28,1% do total), para uma população que corresponde a 21,7% do país .
As 27 capitais do país concentram 55,24% do total de registros de médicos, embora a população dessas cidades represente apenas 23,80% do país. Todas as 5.543 cidades do interior têm 44,76% dos médicos, enquanto sua população soma 76,2% do Brasil. Com isso, a taxa de médicos por grupos de mil habitantes soma 4,84 nas capitais e 1,23 médicos no interior.
"O médico é um profissional que demora 12 anos para se formar. Ele não vai trabalhar em lugares distantes se não houver boas condições para sua família. O relatório mostra que abrir escolas não resolverá o problema porque a maioria deles vai trabalhar em cidades com mais de 50 mil habitantes. O governo precisa desenvolver uma política de interiorização", defende Braúlio Luna, presidente do Cremesp.
(com Agência Brasil).