Entre os exemplos mais recentes de hashtags usadas para divulgar um problema social, estão duas frases utilizadas como forma de denúncia. A primeira delas é #meuprimeiroassedio, que começou a ser utilizada em outubro deste ano por mulheres, e também por homens, para relatarem casos de assédio sexual ou psicológico que sofreram, principalmente, quando ainda eram crianças ou adolescentes.
Atualmente, a hashtag que se espalhou pelas redes sociais é #meuamigosecreto, utilizada majoritariamente por mulheres para denunciar pessoas próximas que têm atitudes machistas no cotidiano, como, por exemplo, dizer que "mulher dirige mal".
Para Rayane Silva, do Movimento Mulheres em Luta, ações feministas nas redes sociais são positivas, mas não podem ficar só no ambiente virtual. "Essas hashtags demonstram que as mulheres estão se organizando para lutar, não só contra o machismo, mas, também, por outras causas importantes. Porém, é necessário que as ações no Facebook e no Twitter se transformem em denúncias aos órgãos de segurança pública", comenta a ativista.
Ainda de acordo com a integrante do movimento feminista, as hashtags também servem como alerta ao poder público, que precisa dar maior atenção ao problema da violência contra a mulher. "O sistema existente, hoje, não funciona satisfatoriamente. Existem diversos instrumentos, como a Lei Maria da Penha, mas é necessário que sejam cumpridos, com um acolhimento adequado da vítima de violência e com uma proteção eficaz para que a mulher não seja mais agredida", conclui Rayane Silva..