Revista Encontro

Internacional | Veículos

Qual a origem da frota de caminhonetes do Estado Islâmico?

Jornalista português questiona as dezenas de Hilux que são exibidas nos 'desfiles' do grupo terrorista

João Paulo Martins
Quem acompanha as "propagandas" feitas pelo Estado Islâmico (EI) com o poderio militar do grupo terrorista já deve ter percebido que nas imagens dos "desfiles" sempre aparecem inúmeras caminhonetes do modelo Hilux, da montadora japonesa Toyota.
O jornalista português Nuno Paixão Louro, do jornal Sábado, levanta a dúvida sobre a origem desses veículos.

Segundo o repórter, a versão oficial sobre a origem das caminhonetes do EI diz respeito a 43 Hilux que teriam sido fornecidas pelos Estados Unidos aos rebeldes sírios da Frente al-Nusra, contrários ao governo de Bashar al-Assad, em 2014, mas, de alguma forma, acabaram nas mãos do grupo terrorista. "Ou seja, os contribuintes americanos acabaram por patrocinar o transporte aos mesmos fundamentalistas que querem ser os seus carrascos", diz Nuno Paixão Louro.

Além disso, o jornalista lembra que, oficialmente, teriam sido entregues 43 veículos, mas, como explicar as centenas de caminhonetes que aparecem nas imagens dos "desfiles" feitos pelo Estado Islâmico? É possível distinguir cores e modelos diferentes, o que causa ainda mais estranhamento. Outra dúvida: se os carros são "ferramentas" de guerra, porque sempre aparecem em bom estado?

Nuno Paixão Louro lembra que as caminhonetes da Toyota são muito usadas por grupos insurgentes na África e na Ásia, por serem resistentes, permitirem a inclusão de acessórios, serem capazes de carregar grandes volumes e, ainda, serem de fácil manutenção. "Será que a Toyota vai querer continuar a ver a sua marca associada a todas as atrocidades praticadas pelo EI, ou acabará por sacrificar o Hilux, retirando-o do mercado?", questiona o jornalista português..