De acordo com a presidenta do Ibama, a mancha está sendo associada à lama de rejeitos de mineração da Samarco, que está concentrada na foz do rio Doce.
"O sobrevoo da região por especialistas leva a crer que a origem dela é a lama de rejeitos da Samarco e, por isso, já notificamos a empresa para realizar coletas e avaliar se é de fato a lama despejada no rio Doce", diz Marilene Ramos.
Ela informa que a coleta das primeiras amostras foi feita na quinta e que os resultados devem sair em até 10 dias.
Impactos
O presidente do ICMBio, Claudio Maretti, destaca que o santuário de Abrolhos, no município de Caravelas (BA), é uma das áreas mais importantes do litoral do Brasil do ponto de vista científico e turístico. Ele informa que, por enquanto, não há nenhuma restrição a visitação nas praias do sul da Bahia até a região de Porto Seguro. Maretto diz ainda que não é possível prever até onde a lama pode chegar e quanto tempo vai levar até que seja totalmente diluída.
Segundo Maretti, o impacto ambiental causado pela mancha na biodiversidade da região será avaliado com muito cuidado e pode levar tempo para ser totalmente conhecido. "O dano imediato é a redução da produtividade da vegetação marinha, fitoplanctons e corais, o que causa prejuízo para a vida marinha. É como se eu cobrisse a Mata Atlântica ou a Amazônia com uma fumaça que dificultasse a realização de fotossíntese", explica. Maretti afirma que os impactos serão sentidos a longo prazo e que especialistas não descartam a possibilidade de extinção de corais, mas até agora não verificaram aumento no número de mortes de peixes e aves marinhas.
(com Agência Brasil).