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Saúde

Saiba mais sobre a febre tifoide

Doença voltou à mídia após um surto que ocorreu no Pará, no final de 2015

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Um surto de febre tifoide, que se iniciou no segundo semestre de 2015, no município de Breves (PA), no arquipélago do Marajó, tem preocupado a população local.
Em um mês, entre novembro e dezembro do ano passado, os casos detectados subiram de 20 para 46, segundo a secretaria de estado de Saúde Pública do Pará.

A febre tifoide é uma doença causada pela bactéria Salmonella typhi, por meio da ingestão de alimentos ou água contaminada, como explica o infectologista José David Urbaez, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia. Esse micro-organismo entra em contato com o intestino, podendo se localizar dentro dele ou fora. Neste caso, pode se uma disseminar pela corrente sanguínea, levando até à morte.

De acordo com o médico, como a transmissão se dá pela contaminação de água e alimentos pelas fezes de pessoas portadoras da bactéria Salmonella typhi, a doença envolve medidas de saneamento para sua eliminação. "Essa é uma doença clássica, associada a más condições de saneamento. O principal elemento dentro dessa cadeia é a eliminação da bactéria na matéria fecal e a maneira como ela se dissemina. Por exemplo, alguém que já teve a febre, sem os sintomas da doença, está portando a bactéria, disseminando-a por meio das fezes, em alimentos e fontes de água. Devido a essa problemática, é necessário que se faça uma investigação criteriosa das fontes de água potáveis e, sobretudo, procurar portadores assintomáticos", explica Urbaez.

Os sintomas da febre tifoide dependem da fase em que o paciente se encontra, podendo ir de uma cefaleia até mal-estar geral, astenia (fraqueza), anorexia, mialgia, prostração, dor abdominal difusa, vômitos, diarreia ou obstipação (prisão de ventre).
Entretanto, o sintoma principal clássico é a febre, que fica cada vez mais intensa, enquanto o paciente vai ficando prostrado, diz o infectologista.

Mas, o médico ressalta que a doença tem cura e o diagnóstico é realizado tomando por base o quadro de febre e os sintomas adjacentes, além de exames específicos como o hemograma, a hemocultura e a coprocultura (exame de fezes). O tratamento é feito por meio de antibióticos e, dependendo do caso, é necessária a internação do paciente.

Se a doença não seja tratada ou se houver atraso no diagnóstico, ela pode se agravar e levar à perfuração do intestino, com consequente hemorragia, o que é fatal. David Urbaez ainda ressalta que, mesmo curado, o paciente pode carregar e transmitir a bactéria para outras pessoas. Por isso, é necessário a realização de exames específicos para a checar se o paciente ainda está eliminando a bactéria.

"A prevenção fundamental são os hábitos de higiene. Deve-se ingerir água filtrada ou fervida; os alimentos devem ser lavados corretamente, com água filtrada ou fervida; e deve-se lavar as mãos sempre, principalmente antes do preparo de alimentos e após ir ao banheiro", completa o especialista.

(com Rádio Nacional da Amazônia e Portal EBC).