As escavações em Abusir se iniciaram em 2009 e ficaram famosas no mundo todo por terem levado à descoberta da tumba da rainha Khentkaus III, que pertencia à 5ª Dinastia no Egito Antigo, e que teria governado por volta do ano 525 a.C.
"De fato, é muito incomum achar barcos desse tamanho e forma em áreas desse período, que eram reservadas apenas aos membros da alta sociedade, normalmente pertencentes à família real", diz Miroslav Bárta, diretor da missão arqueológica, em entrevista ao site da empresa italiana de documentação visual Laboratorio Rosso.
Ainda não se sabe o significado de enterrar barcos ao lado das tumbas, mas os cientistas da Universidade Charles acreditam que tenha relação com a vida após a morte. Eles poderiam ser usados como as simbólicas embarcações solares, que, segundo a crença egípcia antiga, serviam para o morto chegar até o submundo.
Durante o chamado Reinado Antigo do Egito, que durou de 2.686 a.C. até 2.181 a.C., havia, sim, a tradição de enterrar barcos dentro das pirâmides dedicadas aos reis e rainhas. Mas, até a recente descoberta no sítio arqueológico em Abusir, nunca foi encontrada uma embarcação com uma dimensão dessas, ainda mais sem estar ligada às cerimônias fúnebres reais.
"Essa é, de todas as formas, uma descoberta incrível. A escavação minuciosa e os registros do barco em Abusir contribuirão de forma considerável para o entendimento das embarcações egípcias antigas, bem como para o papel delas no culto fúnebre.