A diretora-executiva da revista AzMina, Nana Queiroz, explica que a campanha é um grito por mudança e tem várias frentes, desde a conscientização virtual até ações no mundo real. "A campanha é uma parceria entre várias mulheres incríveis de vários grupos e coletivos que cansaram de ter que passar raiva e medo durante o Carnaval e decidiram agir. Nós não queremos mais dançar olhando pros lados para ver se alguém vai pegar na nossa bunda sem permissão", desabafa.
O guia divulgado nas redes sociais mostra que ações como uma "cantada", uma piadinha machista ou uma puxada no cabelo são todas assediosas.
Nana Queiroz indica que os homens leiam o guia para identificar as diferenças entre a paquera e o assédio para não serem "canalhas" no Carnaval. "É meio revoltante que ainda tenhamos que explicar pra marmanjos crescidos como é que se brinca de paquerar, mas essa é a maneira mais eficiente que encontramos de mudar esse quadro", diz a ativista.
Confira abaixo dois materiais da campanha contra o assédio:
Para os idealizadores da campanha, o assédio faz parte do cotidiano da mulher desde o metrô até o trabalho, mas no Carnaval existe uma extrapolação dessa cultura machista que defende que o importa na folia é acumular os números de bocas beijadas. Nana aconselha que as mulheres saiam para se divertir acompanhadas e levem apitos para denunciar condutas indevidas.
Quebra de silêncio
O trabalho feminista da jornalista começou há dois anos com o Não Mereço Ser Estuprada e ficou ainda mais forte com a criação da Associação AzMina de Jornalismo Investigativo, Cultura e Empoderamento Feminino no ano passado. "É reconfortante ver, a cada dia, como muitas mulheres nos escrevem dizendo que suas vidas foram transformadas ao quebrar o silêncio sobre o estupro que sofreram ou por terem entendido que o que o chefe fazia era assédio, por exemplo", complementa Nana.
(com Portal EBC).