Desde 2015, ele se dedica a pesquisar engenharia de tecidos e o desenvolvimento de próteses cardiovasculares. "Traduzindo, meu objetivo é construir tecidos para serem utilizados durante a cirurgia cardíaca, como vasos e válvulas, usando as células-tronco do próprio paciente", diz Gabriel Liguori.
A ideia de criar um coração bioartificial parece futurista, mas ele garante que não é. "Basicamente, a engenharia de tecidos procura organizar polímeros, células e biomoléculas de maneira a construir tecidos vivos para a reposição e regeneração de órgãos ou parte deles", explica o doutorando.
A criação artificial de órgãos é uma frente promissora na Medicina, e pode significar a diminuição drástica do número de pacientes que aguardam por doadores na fila de transplantes. Para se ter uma ideia, em 2014, para zerar a espera por transplantes no Brasil, seriam necessários 62820 órgãos doados, sem contar as demandas por córneas.
De acordo com o cronograma de Gabriel, a segunda fase do doutorado, que envolve os testes das próteses bioartificiais, deve acontecer já no Brasil.
Ele estima que ainda sejam precisos 15 anos até que seu objetivo esteja completa. Mas, Gabriel está otimista com o avanço da tecnologia. É uma notícia que deve alegrar instituições como a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Já que, segundo a ABTO, atualmente, existem 32 mil brasileiros aguardando por um órgão compatível – mais de 200 deles à espera de um novo coração.
"Há um século, as pessoas morriam devido a infecções que, agora, são facilmente tratadas com antibióticos. Hoje, o câncer e as doenças cardiovasculares são o grande desafio, mas, daqui a 100 anos, acredito que poderemos ser imortais", completa Gabriel Liguori..