Revista Encontro

Comportamento

'Não concordo': cientistas descobrem uma expressão facial universal

De brasileiros a japoneses, passando pelo candidato Donald Trump, todos reagem da mesma forma quando não estão de acordo com algo

João Paulo Martins
Um trabalho curioso feito por cientistas da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, encontrou uma expressão facial que seria comum em diversas culturas no mundo.
Segundo a pesquisa, os seres humanos fariam a mesma "cara" quando querem dizer "não concordo".

Publicado no periódico científico Cognition, o estudo chama de "face do não" a expressão facial em que deixamos as sobrancelhas unidas, os lábios cerrados e o queixo um pouco erguido, para demonstrar que não concordamos com alguma coisa. Essa reação pode ser vista entre pessoas que falam inglês, espanhol, chinês e até mesmo pelos surdos-mudos que utilizam a língua americana de sinais (ou ASL, na sigla em inglês).

Para chegar a essa resposta, os pesquisadores avaliaram 158 estudantes da Universidade de Ohio, que foram colocados em frente a uma câmera e tiveram de conversar enquanto suas expressões faciais eram capturadas em vídeo. Durante as gravações, os cientistas usaram indicadores gramaticais de negação para ajudar um software de computador a analisar as expressões e, assim, chegar a um padrão.

"Sabemos que essa é a primeira prova de que uma expressão facial de resposta negativa a certas opiniões é um elemento integrante e universal da língua", diz o linguista Alex Martinez, coautor do estudo, no artigo de divulgação do mesmo.

Segundo os especialistas, esses sinais seriam fáceis de serem encontrados nas diferentes línguas porque a expressão facial de negação ou agressão faz parte da pré-história da humanidade, ou seja, antecedem a capacidade de comunicação do ser humano.

Ainda de acordo com o estudo da Universidade de Ohio, a chamada "face do não" pode ser criada por três expressões básicas: raiva, nojo e desprezo.

Agora, os linguistas americanos pretendem ampliar a pesquisa, por meio da análise de vídeos no YouTube, feitos por pessoas de diferentes regiões do mundo.

(com Agência Sputnik).