Em alguns casos, um mesmo professor dá aula em mais de uma disciplina para a qual não tem formação, com isso, o número daqueles que dão aula com formação inadequada sobre para 374.829, o que equivale a 52,8% do total de 709.546 posições ocupadas por professores.
Na outra ponta, 334.717 mil posições, 47,2%, são ocupadas por docentes com a formação ideal, ou seja, com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na mesma disciplina que lecionam. O problema é que mais de 90 mil posições (12,7%) são ocupadas por professores que não têm sequer formação superior.
Disciplinas
A maior lacuna está em Física. Dos quase 28 mil professores que lecionam nessa disciplina, 19.161 não têm licenciatura em Física, o que equivale a 68,7% do total. A formação de novos professores, de acordo com Mercadante, não acompanha a demanda, de 1,8 mil por ano. Seriam necessários, então, 11 anos para que todos os professores de Física tivessem a formação adequada.
"A gente forma muito pouca gente em Física, por ano, e é muito difícil reverter isso, porque o professor que está lá para motivar o aluno não é formado, não tem licenciataura e dá aula improvisada para preencher carga horária sem formação específica", diz Aloizio Mercadante.
A falta de formação adequada atinge também duas disciplinas chave para formação dos estudantes: Matemática e Português. Em Matemática, mais de 73 mil (51,3%) do total de 142.749 não têm a formação específica para lecionar a disciplina. Em Língua Portuguesa, do total de 161.568 professores em exercício, quase 68 mil não têm licenciatura em Português, o que equivale a 42%.
"Matemática e Português são as duas pernas para o estudante caminhar na educação.
Biologia tem os melhores índices: 78,4% dos professores têm a formação adequada. Em Química, são 53,7%; em Ciências, 40,1%; em História, 39,9%; e em Geografia, 37,7% professores são formados na área em que atuam. Os demais ou são formados em outras áreas, afins ou não, ou não têm formação superior.
(com Agência Brasil).