Segundo Shirreff, um ataque contra a Estônia, a Lituânia e a Letônia, que fazem parte da Otan, é uma possibilidade real, que deveria levar o ocidente a tomar medidas urgentes para evitar uma "potencial catástrofe". O general é autor de um livro de ficção intitulado 2017: Guerra Contra a Rússia e, na entrevista à rádio, deixou claro que, apesar de ter criado um romance, muitos eventos descritos na obra são "totalmente plausíveis".
"O fato assustador é que a Rússia vincula seu pensamento e potencial nucleares a cada apector de sua defesa e, com isso, teríamos uma guerra nuclear", comenta Richard Shirreff.
O militar explica que é preciso entender o presidente Vladimir Putin por seus atos, e não por suas palavras. "Ele invadiu a Geórgia, a Crimeia e a Ucrânia. Ele usou a força e conseguiu. Num período de tensão, um ataque aos países bálticos é totalmente plausível", revela o general inglês.
Como se sabe, os países membros da Otan devem seguir o que diz o Artigo 5º do tratado original da organização, ou seja, precisam agir imediatamente para proteger qualquer nação membro que venha a sofrer uma ameaça externa.
De acordo com Shirreff, o presidente Putin poderia ser persuadido a invadir a região do mar Báltico devido à "ideia" de que a Otan estaria fraca (teoria que pode ter levado à intervenção na Crimeia), e também como forma de proteção das minorias russas que vivem na Estônia, na Lituânia e na Letônia.
O general aposentado lembra que a Otan vem incrementando suas defesas nesses países europeus, mas, para ele, ainda é preciso "aumentar as barreiras ao máximo, contra qualquer agressor, para que se diga que não vale a pena o risco". "Diria que as barreiras não estão suficientemente 'altas' no momento", completa Sir Richard Shirreff..