De acordo com o post da professora, uma das crianças se recusou a fazer a atividade em homenagem às mães. Ao ser questionado, o garoto explicou à Márcia Moraes que não faria o desenho porque, na última vez em que tentou entregar algo assim para sua mãe, ela recusou, dizendo que não queria mais papel e que os trabalhos estavam enchendo a casa de "lixo".
Ainda segundo a educadora, um outro aluno a confidenciou que a criança que se negou a fazer a atividade desejava que ela fosse sua mãe.
Entendendo o caso
Segundo a psicóloga infanto-juvenil Érica Frois, o "desabafo" feito pela professora denota uma falha no modelo pedagógico de boa parte das escolas. "O ideal seria que os educadores trabalhassem com uma ideia diferente de família, mais adequada à realidade atual. É comum que a figura da mãe, por exemplo, seja, para a criança, os tios ou, até mesmo, os avós", explica a especialista.
A psicóloga lembra que a figura da família "tradicional" formada por pai, mãe e filhos é ultrapassada do ponto de vista pedagógico. Um exemplo disso, segundo Érica Frois, é que, normalmente, os pais, sobretudo as mães, são as figuras mais requisitadas pelas escolas para participarem de reuniões e eventos, mas, geralmente, não podem comparecer ou acompanhar a situação dos filhos por motivos relacionados ao trabalho.
Logo, de acordo com a psicóloga, o modelo escolar precisa ser repensado de forma que a figura da mãe, principalmente, não seja sobrecarregada. "As escolas podem propor atividades direcionadas para toda a família, sem especificar pai e mãe.