O processo de transição está sendo feito em etapas e registra atrasos. Sucessivas portarias do Ministério das Comunicações (que acaba de ser fundido com o Ministério da Ciência e Tecnologia) foram publicadas para redefinir os calendários de desligamento – tecnicamente chamado de switch off. Por enquanto, a única cidade brasileira que assiste somente à TV digital é Rio Verde, no interior de Goiás.
Conforme o cronograma em vigor, Distrito Federal e região terão transmissões analógicas interrompidas em outubro deste ano. Ao longo de 2017, será a vez das quatro capitais da região sudeste; de Salvador, Recife e Fortaleza, no nordeste; e de Goiânia, no centro-oeste. Outra portaria ministerial definirá as localidades para 2018. Com isso, o governo espera que cerca de 1,4 mil cidades tenham o processo de migração concluído nesse ano.
O diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik, lembra que a intenção inicial de implantar o novo sistema digital em todo o país foi abandonada e agora se optou por desligar o sistema analógico somente nas cidades onde seria necessário abrir caminho para a tecnologia 4G dos celulares.
Antonik lembra que a instalação da TV digital no Distrito Federal será o primeiro grande desafio e lamenta a falta de campanha mais intensa de esclarecimento para a população. "Brasília será um teste, pois abrange região onde estão 4 milhões de habitantes e 1,2 milhão de domicílios, com desligamento previsto para 26 de outubro. Nossa principal preocupação é com a divulgação. É preciso chegar a 93% para que o sistema analógico seja abolido", esclarece o diretor da Abert.
Segundo ele, a associação defende que a migração seja feita o quanto antes, não só porque a TV digital é melhor para os telespectadores, mas pelo fato de as emissoras terem que bancar custos de dois sistemas enquanto a transição não é totalmente concluída.
Conversor
Para o fim do sinal analógico, será necessária a participação ativa da população. Os donos de aparelhos antigos precisarão trocá-los por novos ou adquirir um conversor de TV digital, que custa a partir de R$ 110 nas lojas de eletroeletrônicos ou em sites da internet. Pode ser necessária também uma antena externa apropriada.
Quase todos os modelos de TV fabricados após 2010 – os de tela fina, tipo plasma, LCD ou LED – já possuem conversor de TV digital integrado. Portanto, a vida de quem tem um desses em casa ficará mais fácil. Talvez seja preciso trocar somente a antena, que tem de ser adequada para a recepção nesse formato.
Em geral, os televisores trazem o selo "DTV", indicando que estão prontos para a nova tecnologia. "Há o risco de interferência do celular no televisor, pois as frequências são muito próximas. A antena externa mitiga esse problema. Acabou a época da palha de aço nas antenas e dos chiados. Ou a TV digital funciona perfeitamente, ou não vai funcionar", explica Luis Roberto Antonik.
Dúvidas
Moradores de qualquer região do país podem tirar dúvidas por meio de uma central de atendimento e saber, por exemplo, quando sua cidade vai receber o novo sistema e quem tem direito aos kits. O número é 147.
Também é possível obter informações sobre o assunto por meio do site www.vocenatvdigital.
(com Agência Senado).