Além disso, das 6 mil mulheres ouvidas pelo estudo, 87% disseram que já foram vítimas de assédio sexual, especialmente por meio de agressão verbal, e algumas até chegaram a sofrer abuso físico. Das que foram violentadas, 86% revelaram que as agressões sexuais foram praticadas na presença de outras pessoas e que, na maioria das vezes, ninguém se prontificou a ajudá-las.
O problema desse tipo de violência, que não é exclusividade francesa – em Belo Horizonte e em outras capitais brasileiras existem até vagões do metrô específicos para o público feminino –, é o baixo índice de denúncias. A pesquisa da Fnaut mostra que apenas 2% das mulheres assediadas prestaram queixa na delegacia – vale dizer que 70% dos casos apurados pela federação representam crimes reais.
Essa questão é tão séria na França que já foram criadas diversas campanhas de conscientização do público masculino. Algumas delas são assiandas pela organização não-governamental Osez le Feminisme, que atua desde 1901 na luta pela igualdade de gênero no país da liberdade, igualdade e fraternidade. "O problema é que o assédio sexual no transporte público se tornou banalizado. Existe em todo lugar, mas é algo que as turistas mais jovens logo percebem quando chegam em Paris", diz Margaux Collet, porta-voz da ONG francesa, em entrevista ao jornal The Local.
(com Agência Sputnik).