A mais de mil km de Juruaia, no extremo norte mineiro, Taiobeiras, com 33 mil habitantes, segue uma trajetória semelhante. A economia local sempre girou em torno da agropecuária, mas há algum tempo o empreendedorismo "infectou" os moradores. Contando com o auxílio da prefeitura e do Sebrae Minas, o foco dos empreendedores passou para a lingerie.
Sacoleiras
No sul de Minas, elas são chamadas de "sacoleiras"; no norte, de "rifeiros", já que, por lá, os homens também estão no negócio. Mas, a função é a mesma: escoar a produção e garantir as vendas das fábricas de lingerie. São figuras mais que conhecidas em Juruaia e que estão se multiplicando também em Taiobeiras.
Na economia de Juruaia, desde que o "Zé Carcinha" montou a primeira confecção, as sacoleiras têm papel fundamental, como explica Tânia Mara Resende, empresária e presidente da Associação Comercial e Industrial local: "Elas representam 50% dos nossos compradores. Muitas vieram e acabaram se fixando, ao criarem suas próprias confecções".
Na nortista Taiobeiras, os "rifeiros" começam a roubar a cena. Embora ainda no estágio de informais, estes revendedores autônomos não param de crescer. "A maioria das vendas é feita por eles e já há um projeto em implantação que visa a criação de um canal de comercialização conduzido pela Associação Moda Íntima e Praia de Taiobeiras, com apoio do Sebrae e da prefeitura", esclarece o analista Filomeno Bida. Os rifeiros seriam transformados em consultores de vendas nas cidades do norte de Minas e sul da Bahia (a fronteira está a menos de 100 km). "A intenção é, inclusive, criar um site para facilitar os pedidos e o cadastramento destas representantes", completa Bida.
Lingerie é um produto especial, realmente.
(com Agência Sebrae).