Os pesquisadores identificaram espécimes do mosquito Aedes, tanto adultos quanto em suas fases larvais, em bueiros de dois dos quatro bairros, sendo mais comum nas estruturas que também continham larvas de outras espécies de mosquitos, como a muriçoca (pernilongo comum). A presença do Aedes aegypti também foi mais frequente nas inspeções precedidas por período de pouca chuva. O Aedes albopictus, outro mosquito que também pode transmitir arbovírus, foi encontrado em bueiros de um dos bairros pesquisados.
De acordo com os especialistas, os achados são de grande relevância por chamar atenção para a necessidade de reorientação nos programas de prevenção e controle de arboviroses, já que as principais ações assumem que os focos de reprodução dos mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya encontram-se nas residências e não nos ambientes públicos. Os resultados da pesquisa foram relatados em artigo que acaba de ser aceito para publicação na Parasites & Vectors, a mais conceituada revista científica internacional especializada no tema.
A equipe de pesquisadores está trabalhando em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses do município de Salvador com o objetivo de ampliar o estudo, para saber a extensão do problema em outras áreas da cidade. Os resultados também ensejaram discussões intersetoriais no município, com o intuito de planejar ações de combate à proliferação do Aedes nos bueiros.
(com Agência Fiocruz).