Revista Encontro

Saúde

Polêmica de volta: anticoncepcional causa trombose em universitária

A jovem do interior de SP ficou internada na UTI devido ao problema gerado pela pílula

Vinícius Andrade
A universitária paulista Juliana Bardelha, de 22 anos, viveu dias angustiantes em julho de 2016.
Tudo começou com uma pequena dor de cabeça, que se agravou até a jovem perder momentaneamente os movimentos e ficar impossibilitada de executar tarefas simples do dia a dia, como comer e ir ao banheiro. Uma ressonância revelou o diagnóstico: trombose venosa cerebral, causada pelo uso de pílula anticoncepcional. O caso da jovem que foi parar na UTI logo trouxe de volta a polêmica relação entre a doença e o medicamento que previne gravidez. Mas, o que eles têm a ver?

Para Agnaldo Lopes, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), existem dois tipos de pílula: uma à base de progesterona e outra que traz a combinação entre estrogênio e progesterona. Esta última, sim, pode estar associada à doença.

Para a população feminina, em geral, que não usa o medicamento, a chance de desenvolver a trombose é de 5 em cada 10 mil pessoas.  Para as usuárias da pílula combinada, o risco sobe para 10 a cada 10 mil. A gravidez e o período pós-parto aumentam as chances de se adquirir o problema para 30 a cada 10 mil mulheres.

Apesar dos riscos, o ginecologista destaca os avanços que a pílula proporcionou. "Os benefícios superam em muito os riscos.
A pílula utilizada de forma correta é extremamente eficaz. Além de evitar a gravidez não planejada, pode auxiliar nas cólicas e na TPM ", comenta Agnaldo.

O especialista reconhece que o caso da jovem universitária pode estar associado ao uso da pílula. Ele ressalta a importância do ginecologista ser consultado para indicar qual o tipo e a dosagem do anticoncepcional adequado para cada mulher..