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Astronomia

Nasa divulga existência de gêiseres em Europa, satélite de Júpiter

A agência espacial acredita que isso pode representar indícios de vida

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Durante uma conferência de imprensa realizada na segunda, dia 26 de setembro, cientistas da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) revelaram provas de que em Europa, um dos satélites naturais de Júpiter, existem gêiseres com água em erupção, o que pode sinalizar a possibilidade de vida no planeta.

"O oceano em Europa é considerado um dos lugares com maior possibilidade de se encontrar vida em nosso Sistema Solar.
Esses gêiseres, se existirem de fato, podem servir de exemplo para o que temos no subsolo de Europa", diz Geoff Yoder, administrador assistente do Diretório de Missões Científicas da Nasa, em Washington (EUA).

A primeira vez que os cientistas começaram a falar sobre a possível existência de gêiseres no satélite foi em 2012, quando o astrônomo Lorenz Roth, por meio de fotos ultravioletas tiradas de Europa pelo telescópio espacial Hubble, revelou a existência de manchas claras no polo sul do astro. Após a análise minuciosa das fotos, os astrônomos chegaram à conclusão de que essas "manchas", na verdade, seriam gêiseres gigantescos, expelindo grande quantidade de água em forma de vapor.

Depois dessa teoria levantada por Roth, os cientistas da Nasa passaram a estudar o Europa em 2014. Nas imagens recentemente reveladas, foram registrados relâmpagos óticos, que podem estar potencialmente ligados à erupção de gêiseres, e que foram flagrados justamente na região do polo sul do satélite.

"A observação realizada comprova as conclusões da equipe de Lorenz Roth sobre a existência de fontes de água e gás na lua de Júpiter. Os nossos dados são praticamente iguais. A erupção de gêiseres atinge uma altitude de cerca de 200 km. Existe ainda um oceano no satélite que contém uma quantidade de água duas vezes superior à da Terra.
Mas, ele está coberto por uma camada do gelo muito sólida, cuja espessura não se conhece. Os gêiseres nos dão a possibilidade de obter amostras desta água sem necessidade de perfurar a superfície do planeta", explica William Sparks, pesquisador do Instituto Espacial de Baltimore, nos Estados Unidos.

Uma informação mais precisa sobre a existência de vida em Europa deverá ser obtida com a ajuda do telescópio James Webb, que vai começar a funcionar em 2018.

(com Agência Sputnik).