Segundo Epstein, sua pesquisa se baseia no vídeo de Matt Lieberman, no qual o analista cibernético afirma que a ferramenta de pesquisa do Google altera os resultados de busca para mostrar "da melhor forma possível" a candidata democrata à presidência dos EUA, ocultando informações que possam prejudicar sua imagem pública.
Por exemplo, se o usuário busca informações sobre supostos crimes cometidos por Clinton, a barra de busca automaticamente sugere procurar "reformas", "crise" ou o projeto da lei de 1994, mas nada sobre delitos – essas sugestões só valem para o Google americano. Já as ferramentas de pesquisa do Yahoo! e do Bing (pertence à Microsoft) oferecem aos internautas as informações que estão buscando.
O vídeo de Lieberman se tornou viral no YouTube, alcançando mais de 1 milhão de visualizações. Muitos usuários passaram a se questionar se o Google realmente estaria "trabalhando" em favor da candidatura de Hillary Clinton.
A empresa americana respondeu ao vídeo por meio de um email enviado ao jornal The Washington Times, desmentindo essa hipótese. "O autocompletar do Google não favorece nenhum candidato ou causa. Quem pensa o contrário simplesmente não conhece a ferramenta. Nosso algoritmo do autocompletar não mostrará na previsão aquilo que é ofensivo ou um disparate em relação a um nome próprio. Normalmente, nossas previsões do autocompletar são baseadas em diferentes fatores, incluindo a popularidade do termo buscado", esclarece o Google.
Republicano
O que aconteceria caso a pesquisa fosse relacionada a Donald Trump, candidato republicano e adversário de Hillary? Robert Epstein, juntamente com seus colegas do Instituto Americano para Investigação de Comportamento e Tecnologia, realizou uma análise sistemática do algoritmo que o sistema de busca do Google usa para "adivinhar" as pesquisas dos usuários.
Segundo o resultado da análise, a barra de busca evita resultados negativos somente para Hillary Clinton.
Tudo isso poderia parecer uma piada de mau gosto, mas o próprio Epstein realizou anteriormente uma pesquisa que revelou que o ranking de busca pode manipular a opinião pública convencendo internautas em votar por um ou outro candidato. O sociológo lembra ainda que o jornal The Wall Street Journal já noticiou que funcionários do Google visitam frequentemente a Casa Branca desde que Barack Obama assumiu o cargo. No total, foram realizadas mais de 450 visitas, o que é um número maior do que o de pessoas ligadas a qualquer outra empresa de grande porte.
(com Agência Sputnik).