O fóssil ainda não havia sido analisado, segundo os cientistas, por falta de verba. O estudo só foi possível graças a uma parceria entre pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal de Pernambuco e do apoio da Petrobras.
Batizado de Austroposeidon magnificus, o dinossauro media cerca de 25 m de comprimento. Com base nas características anatômicas, o animal pode ser classificado no grupo dos titanossauros, animais herbívoros de corpo bem desenvolvido, pescoço e cauda longos e um crânio relativamente pequeno.
No Brasil, já foram encontradas nove espécies de titanossauros. Até a descoberta do Austroposeidon, o maior dinossauro brasileiro era o Maxakalisaurus topai, que tinha mais de 13 m de comprimento.
Parte do material desta nova espécie foi analisada com auxílio de um tomógrafo, para acessar a parte interna dos ossos. O estudo revelou a presença de características novas para a classe dos titanossauros, tais como anéis de crescimento intercalados com um tecido ósseo mais denso, cujo significado, segundo os pesquisadores, ainda não foi bem compreendido.
De acordo com o estudo, a descoberta do Austroposeidon não apenas contribui com novas informações anatômicas e evolutivas para os dinossauros, mas também mostra que espécies gigantes reinavam no país há milhões de anos.
Os fósseis do extinto animal foram coletados nas cercanias da cidade de Presidente Prudente, sudoeste do estado de São Paulo, e suas características são muito semelhantes a espécies argentinas também enormes, como o Mendozasaurus e o Futalognkosaurus.
De acordo com o paleontólogo Alexander Kellner, pesquisador da UFRJ, a descoberta é importante por apontar a possibilidade de que espécies ainda maiores tenham vivido no Brasil. "Reforça o que chamamos de paleodiversidade, que é a variedade de espécies desses animais. Todos nós, desde o Pryce, já imaginávamos que existiam animais desse porte, mas não podíamos evidenciar ou provar.
O material encontrado e uma reconstrução da pata do animal em tamanho natural já estão expostos para visitação pública no Museu de Ciências da Terra.
(com Agência Brasil).