"O rendimento cerebral no dia de uma prova como o Enem é exigido de forma complexa e abrangente. Controle emocional, foco, capacidade de evocação , estratégia, raciocínio lógico, criatividade e rapidez são as modalidades cognitivas mais importantes nessa hora", explica o médico neurologista Leandro Teles, autor do livro Antes que Eu Me Esqueça. Para o especialista, essa missão dos jovens é uma verdadeira maratona mental. "Não basta estar preparado, é fundamental conseguir acessar a informação com segurança, velocidade e não oscilar no transcorrer da prova", completa o médico.
Para ajudar os estudantes nesse momento tão importante, o neurologista Leandro Teles listou algumas dicas que podem auxiliar no processo de ativaçao da memória e garantir uma boa performance no dia das provas do Enem:
Controle emocional
"A adrenalina e o medo do fracasso ajudam o cérebro na motivação e no foco. O problema é a dose: excesso de tensão e ansiedade elevam o risco de cometer erros bobos, dificultam a percepção de detalhes e provocam os temidos brancos", explica o médico. Para ele, na hora H, o estudante precisa apenas responder com tranquilidade, e não ficar pensando que esse é o evento mais importante da vida e que não pode falhar.
Estratégia de prova
Toda missão exige uma estratégia e em relação à prova não seria diferente. "Conheça bem as regras do jogo, o tempo total, o número de matérias e questões por matérias.
Ajude a memória
De acordo com o neurologista, o cérebro precisa encontrar as gavetas mentais certas para evocar o conhecimento. Ele explica que cada parte da prova versa sobre um universo peculiar. "Uma dica é evitar ficar pulando de uma matéria para outra sem necessidade. Procure entrar em determinado tema e encerrar as questões desse tópico antes de passar para o próximo. Outra sugestão é mentalizar, por alguns segundos, coisas relacionadas ao tema que você irá adentrar, como o rosto dos professores dessa matéria, a capa da apostila ou dos livros, o tema básico, entre outros pensamentos sugestivos", explica. Como mostra o médico, trata-se de um exercício mental de poucos segundos que leva o cérebro para o contexto correto e ajuda na recuperação da memória do conteúdo específico.
Valorize o "insight" e a intuição
Leandro Teles explica que nem tudo é lembrança consciente ou raciocínio lógico. Nosso cérebro trabalha com impressões por vezes dissociadas de linguagem e de rastro de lembrança. Segundo ele, isso é o que se chama de intuição ou "insight", uma impressão subjetiva e desancorada de que algo está correto ou não, que vai ocorrer ou não. "Na prova, na ausência de capacidade cognitiva de resolver conscientemente um teste, chute e arrisque baseado na impressão subjetiva e intuitiva inicial, pois a chance de acerto será maior. É muito comum trocar o chute por tentar racionalizá-lo e se arrepender depois", sugere o especialista.
Grau de cansaço
O médico reitera que um cérebro descansado é sempre mais confiável. "Procure dormir bem na semana que antecede a prova e reduza a carga de estudos.
Confiança
Segundo Teles, é muito importante entrar confiante e manter essa confiança durante a prova. "Evite estudar temas novos ou muito complexos nos dias que antecedem a prova. Valorize o que você estudou durante o ano e não fique pensando naquilo que você não estudou ou não aprendeu. Trabalhe sua autoestima. Inicie a prova com assuntos que você domina, pois isso traz segurança, motivação e ajuda no controle de tempo. Não fique fragilizado com questões que você não sabe a resposta e não permita que isso tire sua estabilidade. Se não sabe a resposta, siga com tranquilidade e volte nas complicadas apenas no final. Isso evita desgaste e perda excessiva de tempo", explica o neurologista.
Alimentação
Nada de passar fome ou sede.