Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco (EUA) relataram que o zika vírus infecta preferencialmente as células cerebrais com abundância de uma proteína chamada AXL, que fica na membrana externa da célula. Essa substância funcionaria como um "portão de entrada" para o vírus invasor.
As células do cérebro do feto que possuem essa proteína são justamente as responsáveis pela formação de estruturas importantes no desenvolvimento do órgão nos bebês.
Os pesquisadores examinaram 2.177 medicamentos devidamente registrados na Food and Drug Administration dos Estados Unidos (órgão responsável pela fiscalização de remédios e alimentos) para verificar a capacidade de cada um para bloquear a infecção causada pelo zika nas células cerebrais cultivadas em laboratório. Entre as drogas capazes de barrar os efeitos do vírus, está a azitromicina, que corresponde a um antibiótico muito popular.
A descoberta americana foi publicada no site do periódico científico Journal Proceedings of the National Academy of Sciences, dos EUA. "A nossa caracterização da infecção no cérebro humano em desenvolvimento esclarece a ação do zika vírus e fornece uma base para pesquisar possíveis estratégias terapêuticas para evitar, com segurança, as consequências mais graves da epidemia", dizem os cientistas no artigo de apresentaçõa do estudo.
O zika vírus é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Estima-se que até 13% das mulheres infectadas durante a etapa inicial da gravidez têm bebês com microcefalia, condição caracterizada pela circunferência menor do crânio e por danos cerebrais. Atualmente, não existe tratamento para evitar que o zika vírus prejudique o feto.
(com Agência Brasil e Agência Xinhua).