"Os novos antibióticos podem funcionar como um 'reforço' para outras drogas. O efeito que eles têm na sobrevivência de micróbios pode ser comparado com uma pessoa que aperta uma mangueira em dois lugares diferentes. Somente um aperto não consegue parar completamente o fluxo de água, mas a combinação dos dois interrompe gradualmente o fluxo", diz o pesquisador Sean Brady, da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, co-autor do estudo.
O surgimento de bactérias cada vez mais resistentes a antibióticos impulsiona a criação constante de novos tipos de remédios. No entanto, os micro-organismos sofrem mutações regulares e, assim, geram novas cepas imunes às drogas mais fortes. Para se ter uma ideia, se a humanidade deixasse de pesquisar e criar novos antibióticos, os medicamentos atuais, após certo período de tempo, se tornariam inúteis.
De acordo com dados da indústria farmacêutica, o desenvolvimento de um novo antibiótico custa, em média, de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão e, geralmente, leva até 10 anos para ser finalizado. Mas, graças à recente pesquida dos cientistas americanos, foi possível reduzir significativamente o custo e o tempo gasto nesse processo.
Por meio da análise por computador do material genético de bactérias, os cientistas são capazes de idenificar os códigos genéticos responsáveis pela manutenção da vida dos micro-organismos.
As proteínas gumimitsin A e gumimitsin B, criadas a partir dos genes das bactérias, mostraram resultados positivos contra cepas de estafilococos, estreptococos e E. coli, consideradas "normais", mas também contra micro-organismos resistentes aos medicamentos mais comuns. Os dois novos antibióticos inibem o funcionamento de enzimas responsáveis pelo "reparo" e pela construção da parede celular das bactérias.
Segundo os pesquisadores da Universidade Rockefeller, o próximo passo é a análise do DNA de outros micro-organismos, para enriquecer o "arsenal" da "corrida armamentista" contra as doenças bacterianas.
(com Agência Sputnik).