"Fazem isso em prol de alimentar uma auto-imagem positiva na criança, mas essa conduta não é educativa, e desrespeita a criança. Passa a perigosa informação de que só os vencedores têm auto-imagem positiva, quando o ideal seria ensinar a criança a perder sem se sentir humilhada. Depois, o pai perde a chance de ensinar a criança a melhorar seu desempenho no jogo, pois se ela venceu, por que daria ouvidos às orientações de quem perdeu? Além disso, quando a criança jogar com um colega sofrerá a dupla frustração de perder e de sentir-se desrespeitada e enganada por alguém em quem confia", esclarece a especialista.
A psicóloga lembra que qualquer tipo de competição demanda igualdade de condições, o que, obviamente, não seria possível quando um adulto e uma criança se enfrentam. Porém, mesmo neste caso, Lidia Aratangy explica que não se deve ceder a vitória aos filhos ou menores de idade. "Em vez de tapear a criança, desrespeitando a própria autoridade, o justo seria adaptar as regras, de modo a tornar os adversários mais simétricos", completa a especialista, que também é terapeuta de casais e famílias e professora aposentada da Faculdade de Psicologia da PUC de São Paulo..