A notícia polêmica foi publicada pelo jornal britânico The Guardian, que trouxe trechos da carta que a menina escreveu para o juiz que receberia a ação. "Tenho apenas 14 anos e não quero morrer, mas sei que vou. Acho que a criopreservação é uma oportunidade de ser curada, mesmo que daqui a centenas de anos. Eu não quero ser enterrada. Eu quero viver, viver muito mais. Acho que, no futuro, eles poderão encontrar uma cura para o meu câncer e me acordar.
Após falecer em decorrência do câncer, o corpo da menina foi transportado de Londres, onde viveu toda a sua infância, para os Estados Unidos, para ser congelado para toda a "eternidade" por uma empresa especializada em criogenia. O custo estimado do procedimento foi de 37 mil libras esterlinas (cerca de R$ 158 mil).
O The Guardian lemba que a primeira criopreservação foi realizada com sucesso nos anos 1960. Desde então, foram realizadas centenas de operações, no entanto, até hoje, nenhuma pessoa foi reanimada com sucesso.
O médico geriatra russo Yuri Konev, em entrevista à agência de notícias RIA Novosti, explica que o descongelamento após a criopreservação é um método impossível de ser realizado com êxito, já que o frio extremo destrói os tecidos humanos. "Isso ajuda as pessoas a criar uma ilusão de que algo positivo acontecerá no futuro. Eu acredito que, após a criopreservação, a pessoa morre. Em todos os casos, o corpo congelado não preserva o ser humano, pois não há como preservar o intelecto do ser", afirma o especialista.
(com Agência Brasil).