Revista Encontro

Tecnologia

Descoberta possível causa das explosões do celular Samsung Galaxy Note 7

A culpa não é da bateria, em si, segundo empresa americana que fez a análise do smartphone

João Paulo Martins
Depois das inúmeras ocorrências de explosões do aparelho celular Galaxy Note 7, da Samsung, que foi apresentado ao mercado no início de agosto deste ano e causou o primeiro acidente apenas duas semanas depois, uma empresa americana decidiu analisar o motivo para essas perigosas ocorrências.
O resultado da investigação técnica mostra que a explosão do Note 7 não se deve a um problema de fabricação da bateria, mas sim, a uma pressão irregular exercida sobre ela, que provoca sobrecarga e, consequentemente, uma explosão.

Em artigo publicado na sexta, dia 2 de dezembro, a empresa Instrumental, especializada em engenharia de produtos, revela que o design do Galaxy Note 7 faz com que o local de encaixe da bateria acabe provocando uma pressão extra sobre ela. Com isso, os polos negativo e positivo se tocam, internamente, causando sobrecarga, superaquecimento e, em seguida, a uma possível explosão.

"A bateria do Note 7 consiste de uma camada positiva feita de óxido de lítio-cobalto, uma camada negativa feita de grafite, e duas camadas separadoras encharcadas de eletrólitos feitos de polímero. Essas camadas permitem que íons fluam entre as camadas positivas e negativas, sem permitir que as camadas se toquem", explica Anna Shedletsk, uma das diretoras da Instrumental, no texto do artigo divulgado à imprensa.

A engenheira lembra ainda que os movimentos na parte traseira do aparelho, como a colocação da tampa e o uso do celular no bolso de trás, acabam contribuindo para que a pressão sofrida pela bateria seja suficiente para que os polos negativo e positivo se toquem.

Essa avaliação do Note 7 foi feito de forma independente pela empresa americana. Por sua vez, a coreana Samsung ainda está analisando o problema em seu celular top de linha e não se pronunciou sobre o tema. No dia 11 de outubro deste ano, a gigante do mercado de eletrônicos retirou o smartphone do mercado. Em comunicado à imprensa, a companhia coreana informou que as explosões e as devoluções do aparelho causaram prejuízo de cerca de US$ 2,52 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões) no lucro do quarto trimestre de 2016 e do primeiro trimestre de 2017..