O corretor de seguros da Chapecoense, Adeildo de Oliveira, em entrevista ao jornal Diário Catarinense, explica que os advogados do clube ainda não tiveram acesso à apólice do seguro da LaMia. Além disso, ele conta que o valor combinado no contrato com a empresa aérea boliviana (de origem venezuelana) seria maior que os US$ 25 milhões. Por sua vez, um representante da LaMia chegou a afirmar, em entrevista coletiva, que a companhia estava devidamente segurada e que arcaria com todas as despesas. O problema, como mostra o jornal de Santa Catarina, é que, até agora, isso não foi feito. Custos hospitalares e traslados de familiares e especialistas estão sendo pagos pelos governos do Brasil e da Colômbia.
Outro ponto que está gerando dúvida diz respeito ao valor da indenização. De acordo com o advogado carioca João Tancredo, que atuou no caso do acidente com o voo da Air France, em 2009, que caiu no oceano Atlântico vitimando 228 pessoas, o valor apresentado pela LaMia deveria ser muito maior.
"No caso da Chapecoense, eram pessoas muito jovens, com a carreira ainda pela frente, que ganhavam bons salários. As indenizações tendem a ser muito altas e a empresa aérea provavelmente não terá como arcar", comenta João Tancredo à publicação catarinense. Junto dos valores pertinentes aos atletas, ainda teria que se avaliar, caso a caso, o seguro relativo aos demais passageiros.
Segundo o advogado, caso a LaMia não consiga pagar as indenizações, ainda mais se a seguradora conseguir provar que houve pane seca, a dívida deve recair para os demais envolvidos com o acidente, incluindo a própria Chapecoense.
"Quando tem mais de um envolvido que causou dano, que seja o responsável pelo fato, todos são solidariamente responsáveis conforme o artigo 932 Código Civil brasileiro. Aí entra a Chapecoense, que contratou o voo, e outros possíveis responsáveis. Então, eles vão brigar entre si para ver quem vai pagar", diz João Tancredo ao Diário Catarinense..