Revista Encontro

Bebê que teve o rosto 'comido' pelo herpes serve de alerta para os riscos de beijar e tocar crianças pequenas

A menina britânica de 3 anos sofreu com a ação do vírus após, supostamente, ter sido infectada por um parente que a beijou; entenda!

Marcelo Fraga
É muito comum vermos pessoas adultas com uma pequena ferida na região dos lábios, provocada pelo vírus do herpes, mas, provavelmente, você nunca imaginou que essa doença pudesse afetar uma criança.
Por isso, um caso ocorrido na Inglaterra está chamando a atenção.

A pequena Sienna Duffield, de apenas 3 anos de idade, teve o rosto quase totalmente tomado por lesões causadas pelo herpes e precisou passar por um tratamento que durou oito meses, até conseguir se curar. O caso, que ocorreu no final do ano passado, foi relatado ao tabloide britânico The Daily Mirror, por Savina French-Bell, mãe da menina, que revelou ainda que as feridas eram tão graves que os lençóis sobre os quais sua filha dormia amanheciam sujos de sangue e secreção.

Savina contou ao periódico que os primeiros sinais da doença começaram a surgir após a visita de um familiar que teria beijado a menina no rosto. Imaginando que essa era a 'causa' para a instalação da infecção, a mãe de Sienna fez questão de alertar os pais de todo o mundo sobre os cuidados ao receber visitas de parentes e amigos quando se tem uma criança pequena em casa.

Entenda os riscos

Segundo a dermatologista Ana Cláudia Soares, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de Minas Gerais (SBD-MG), qualquer pessoa doente – independentemente de ter herpes – deve evitar se aproximar de bebês e crianças pequenas. Ela explica que, além das visitas, os pais também devem ter atenção redobrada com as crianças, principalmente os bebês, para que não ocorram casos de infecção. "Os pais e mães devem sempre lavar bem as mãos antes de tocar em suas crianças. Os visitantes precisam fazer o mesmo, porém, para estas pessoas, é recomendado não tocar nem beijar os bebês", recomenda a especialista.

Ainda de acordo com a dermatologista, essas ações de precaução devem ser feitas porque as crianças pequenas possuem um sistema imunológico em formação, ou seja, fragilizado. Logo, são mais suscetíveis a infecções por vírus e bactérias.
Ana Cláudia Soares ressalta que os pais devem estar sempre atentos a qualquer marca diferente que aparecer na pele dos filhos pequenos. "Quando surgem lesões inflamatórias na pele, o cuidado deve ser muito grande, porque, nos bebês e crianças, o vírus pode se disseminar mais rapidamente e desenvolver um quadro extenso e grave", esclarece a presidente da SBD-MG.

Herpes

No caso do vírus do herpes, como o que infectou a menina britânica Sienna Duffield, a especialista afirma que o risco é maior quando se trata de crianças. "Devemos lembrar que, um ou dois dias antes de surgirem os primeiros sinais do herpes, a pessoa infectada já pode transmitir o vírus, principalmente por ainda não saber que está doente", alerta Ana Cláudia Soares.

Quando a pessoa já sabe que está infectada e possui lesões aparentes, o risco de transmissão da doença só termina quando as feridas desaparecerem totalmente, de acordo com a especialista. Ela destaca, também, outra questão importante: "Vale lembrar que não é só o beijo que transmite o herpes. A saliva e o toque também podem causar infecção pelo vírus"..