Com o aumento dos casos relacionados à essa grave virose, que é comum em áreas rurais, com florestas, no interior do Brasil, a grande preocupação é saber se existe risco da doença chegar aos centros urbanos. "Acontece que, ciclicamente, de oito a 10 anos, a gente percebe um período de circulação do vírus da febre amarela em primatas não humanos, ou seja, nos macacos. É o que está acontecendo, agora. Chamamos de epizootia , meste caso, um surto epidêmico da febre amarela em animais, nos macacos. Como o vírus está circulando entre os animais, se uma pessoa entrar em contato com uma área de mata, onde exista o mosquito infectado, se ele picar o ser humano, que não for vacinado, há condição para a doença se instalar", diz Benedito Lopes da Fonseca, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.
O especialista alerta que, apesar de não ter ocorrido nos últimos 75 anos, existe, sim, uma possibilidade remota de a febre amarela chegar aos centros urbanos. "A gente sempre fica preocupado quando surgem casos em humanos, porque existe a possibilidade da urbanização da febre amarela.
Apesar desse risco, o professor da USP tranquiliza a população, pois, segundo ele, as medidas tradicionalmente tomadas para a contenção da doença costumam ser muito eficazes, ainda mais se forem feitas de forma rápida. Além disso, o especialista lembra que, uma dessas medidas, é justamente a vacina contra a febre amarela, que é "segura e extremamente eficiente".
Vale lembrar que os casos da doença em Minas Gerais estão concentrados nos vales dos rios Mucuri e Doce. As mortes relacionadas à febre amarela foram registradas nas seguintes cidades: Ladainha (7), Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1) e Teófilo Otoni (1)..