Jorge Mario Bergoglio lembra que, assim como o populismo, o perigo dos momentos de crise é que as pessoas acabam buscando um líder carismático e que se "defende com muros". "Nos momentos de crise, não existe discernimento e, para mim, essa lógica ainda persiste. É a busca por um 'salvador', que nos devolva a identidade e que nos defenda com muros, com cercas, com o que for, contra os povos que podem nos 'roubar' a identidade. Isso é muito grave", afirma o papa argentino ao periódico espanhol.
O santo padre considera que o melhor exemplo para esse tipo de populismo é o da Alemanha durante a ascensão do nazismo. "A Alemanha estava destroçada e quis se reerguer, buscar sua identidade, buscar um líder, alguém que devolvesse o orgulho do povo.
Na entrevista, o papa falou também sobre a Igreja Católica, sobre as injustiças sociais, sobre migração e sobre a América Latina. "Hoje, a América Latina está sofrendo um forte embate causado pelo liberalismo econômico , este que condeno na Evangelii Gaudium , quando digo que 'esta economia mata'", reclama o pontífice.
"A imigração não é algo apenas da África para Lampedusa e para Lesbos . A imigração é também do Panamá à fronteira do México com os Estados Unidos. As pessoas emigram em busca de algo. Porque os sistemas liberais não dão possibilidade de trabalho e favorecem o crime", completa o papa Francisco ao El País.
(com Agência Télam).