De acordo com o diretor da ABHH, "no Brasil, os bancos privados de sangue de cordão têm alimentado um comércio baseado em propaganda enganosa, uma vez que vendem a ideia de que com esse ato é possível garantir qualidade de vida e salvamento em casos de doenças no futuro".
Por sua vez, a Cryopraxis, primeiro banco de sangue de cordão umbilical privado do país, esse conceito é uma generalização. "A Cryopraxis informa aos clientes sobre os usos reais e as pesquisas em andamento. Hoje em dia, tantos os clientes, como os médicos, estão melhor informados sobre as utilizações, pesquisas e possibilidades de utilizações futuras", defende Janaína Machado, gerente de Produção da empresa.
Na prática, são raros no mundo os relatos da realização de transplantes de sangue de cordão autólogo, ou seja, quando as células-tronco do próprio indivíduo são transplantadas para ele mesmo.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), das mais de 90 mil bolsas de sangue de cordão umbilical e placentário armazenadas nos bancos privados, apenas duas foram empregadas para uso terapêutico, ao longo do ano de 2013. Se for considerado o retrospecto de 10 anos de armazenamento privado no Brasil, foram utilizadas para terapia 13 unidades – sendo cinco para uso do próprio bebê.
Uma alternativa à utilização de bancos privados é o armazenamento do sangue do cordão umbilical em bancos públicos. Nestes bancos, as células-tronco armazenadas são provenientes de doações voluntárias, que são realizadas de forma sigilosa e com o consentimento materno.
"Cada indivíduo tem a opção de armazenar para o próprio filho ou doar para um banco público. Os serviços não são concorrentes. Nas utilizações apresentadas no relatório da Anvisa, o que seria dos pacientes se os pais dos mesmos realmente tivessem acolhido a informação que este material não serve para nada, que é uma panaceia, que a possibilidade de uso é mínima? Para estas pessoas a possibilidade de uso foi de 100%", esclarece Janaína Machado.
(com Portal EBC).