O médico explica que, nos casos em que acomete o sistema cardíaco, o vírus causador da febre amarela pode provocar miocardite (inflamação do músculo cardíaco), eventualmente, seguida por quadros súbitos de insuficiência cardíaca. Além disso, a doença pode afetar terminações nervosas do coração e desencadear arritmias. "Por isso, os moradores das áreas de maior risco de contágio da doença devem ficar atentos e procurar auxílio médico o quanto antes, caso apresentem sintomas de alguma destas complicações", recomenda o especialista.
Sintomas
De acordo com o Dewton Vasconcelos, os sintomas mais comuns de problemas cardíacos relacionados à febre amarela são: fraqueza, escurecimento súbito da visão, cansaço, perda de força, desmaios repentinos ou problemas relacionados ao sono provocados por dispneias (dificuldades para respirar), como a ortopneia – cuja ocorrência faz com que o indivíduo precise elevar bastante a cabeça ou mesmo ficar sentado para conseguir respirar, enquanto dorme. "Todos estes sintomas podem ser ainda mais comuns ou acentuados no caso de quem já apresenta algum tipo de cardiopatia. Portanto, o cuidado com a febre amarela deve ser redobrado no caso de pessoas que apresentem um sistema cardiovascular e imunológico mais frágil, como é caso dos idosos, por exemplo", aconselha o médico.
Tratamento
Transmitida em nosso meio pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus ou Sabethes, encontrado em ambientes silvestres ou rurais, e Aedes aegypti ou A. albopictus, típicos das regiões urbanas, a febre amarela não conta com tratamento específico. Até que ela deixe o organismo, tratam-se apenas eventuais complicações ou os sintomas da doença em si – entre os quais estão febre; dor de cabeça; perda de apetite; náuseas; vômito; olhos, rosto e língua avermelhados; fotofobia; fadiga e fraqueza; além de dores musculares em todo o corpo, principalmente, nas costas.
"Embora não haja tratamento específico para a febre amarela, é importante ressaltar que, em casos mais graves, o paciente deve ser encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva ", acrescenta o imunologista, lembrando que o uso de ácido acetilsalicílico não é indicado em função do risco da doença se desenvolver de forma hemorrágica..