Os especialistas já sabem, há tempos, que o deserto do Saara, que tem uma área superior a 9 milhões de km², era um lugar verdejante e cheio de vida. Mas, há cerca de 6 mil anos, quando as chuvas pararam de cair na região, a desertificação teve início. Ultimamente, os cientistas vêm tentando revelar a causa exata dessa mudança meteorológica porque, segundo eles, tal informação pode ajudar a entender a história do clima da Terra, bem como a evolução da civilização africana.
Segundo uma pesquisa realizada em 1997, as mudanças teriam acontecido de forma natural, como consequência do afastamento das geleiras. Esta explicação é considerada a mais aceita.
Por sua vez, segundo o artigo publicado pelo arqueólogo David Wright, o território do deserto do Saara secou como resultado da atividade humana. Há cerca de 8 mil anos, os homens inventaram a agricultura, construíram fazendas e domesticaram animais, passando a consumir muita vegetação, o que teria provocado a diminuição da flora no Saara.
Conforme o pesquisador da Universidade Nacional de Seul, as plantas não somente participam da produção de oxigênio, mas também resfriam a Terra. À medida que a paisagem perdeu vegetação, aumentou o efeito de albedo, ou seja, a quantidade de luz solar refletida pela superfície da Terra cresceu, o que fez diminuir a precipitação. Isso reduziu ainda mais a presença das plantas.
Em meio à mudança no ambiente, os humanos antigos decidiram deixar a região desértica e partiram para o Egito e para a Suméria, dando início às primeiras civilizações complexas.
David Wright planeja continuar investigando a região abaixo do deserto, a fim de resgatar vestígios de lagos, vegetação e atividade humana.
"A nossas atividades, que mudam sistemas ecológicos, têm um impacto direito na sobrevivência futura da humanidade em ambientes áridos", concluiu o arqueólogo no artigo divulgado recentemente.
(com Agência Sputnik).