Revista Encontro

Astronomia

Astrofísico brasileiro diz que seremos capazes de evitar choques de asteroides

O professor João Steiner, da USP, afirma que temos tecnologia para interceptar possíveis ameaças

Vinícius Andrade
Astrônomos do mundo todo estão sempre atentos aos movimentos de asteroides que têm possibilidade de se chocarem com a Terra.
Este é um trabalho constante da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) e de outras instituições no mundo, que avaliam os riscos dessa aproximação. Este ano, o "astrônomo" russo e teórico da conspiração Dyomin Damir Zakharovich afirmou que um asteroide apocalíptico atingiria nosso planeta no dia 16 de fevereiro e provocaria um mega tsunami.

Obviamente, a previsão do suposto astrônomo não se cumpriu, mas, o risco de uma colisão dessa natureza existe. Segundo o famoso astrofísico brasileiro João Steiner, professor da USP, choques de grandes meteoros são improváveis, mas possíveis.

O especialista disse à Rádio USP que há um grande número de astrônomos trabalhando ativamente para mapear todos os asteroides do nosso Sistema Solar, em particular, aqueles que têm algum risco de cruzar a órbita da Terra. "No passado, sabemos que essas colisões foram frequentes", destaca o astrofísico.

O professor se refere, principalmente, ao meteoro com 10 km de diâmetro que caiu na província de Yucatán, no México, há cerca de 65 milhões de anos, e que provocou a extinção dos dinossauros. De acordo com João Steiner, o impacto abriu uma cratera de 120 km e levantou uma enorme quantidade de poeira, que cobriu o planeta durante anos e causou a morte de toda a vegetação e de grande parte dos animais.

Tecnologia 'salvadora'

Para Steiner, um meteoro não é capaz de destruir a Terra, mas pode causar mortes em grandes proporções. Porém, ele destaca que a tecnologia pode ajudar a conter uma ameaça dessa magnitude.

"Se nós pudéssemos identificar um asteroide com raio de 10 km em rota de colisão com a Terra, com alguns anos de antecedência, poderíamos mandar um foguete com uma bomba atômica para explodi-lo ou, então, explodir uma bomba próxima a ele e desviar sua rota", sugere o especialista.

O professor da USP conta ainda que, em poucos anos, os astrônomos terão conhecimento de todos os objetos com diâmetro superior a 140 m que têm risco de colidir com a Terra. Um meteoro desse tamanho não ofereceria risco para a civilização, segundo o astrofísico.

(com Rádio USP).