Meirelles ressaltou que o gasto com as aposentadorias e pensões é desproporcional à população acima de 65 anos existente hoje. Caso nada seja feito, disse o ministro, o gasto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passará de 8,1% do PIB em 2016 para 17,2% do PIB em 2060.
Com o teto de gastos, em pouco tempo não haveria mais recursos para pagar as demais despesas da União, na opinião dele. "Mesmo com a reforma, em 2060 as despesas previdenciárias vão representar 66,7% dos gastos", afirma Henrique Meirelles.
Críticas
A deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) criticou o ministro da Fazenda por, segundo ela, não tratar o problema da Previdência em um contexto mais amplo. "O senhor não falou sobre o peso do pagamento de juros, sobre a sonegação, sobre a dívida das empresas com a Previdência...", questiona a parlamentar.
Henrique Meirelles disse que as experiências de cortar os juros da dívida pública por decisão unilateral do governo não deram certo. Ele citou a experiência da Grécia cuja população teria votado em uma proposta política de corte de juros, mas isso acabou levando a mesma população a sacar dinheiro dos bancos, temendo as consequências dessa ação. De acordo com o ministro, não há como obrigar os investidores em títulos públicos a financiar os gastos do governo a qualquer preço.
Meirelles disse ainda que o teto de gastos foi a solução que fez com que os investidores voltassem a confiar no país e estão possibilitando uma queda significativa dos juros agora.
O ministro da Fazenda afirmou também que o governo tem combatido "com rigor" a sonegação e cobrado "como pode" os devedores da Previdência Social. "Mas, nós vivemos num estado de direito e as pessoas recorrem à justiça quando não concordam com alguma autuação", completa Meirelles.
Recuperação lenta
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) defendeu a reforma dentro do contexto do teto de gastos do setor público, mas fez criticas à lenta recuperação da economia.
(com Agência Câmara).