"A natureza criou poucos métodos de união de uma célula com outra.
Segundo Snell, os cientistas tentam descobrir, há tempos, como os organismos conseguiram a capacidade de se reproduzirem sexuadamente. A maioria dos investigadores acredita que a razão para o aparecimento das relações sexuais é simples: a adaptação a novos parasitas e infeções. Por outro lado, a questão de como nossos antepassados adquiriram esta capacidade continuava sem solução.
William Snell e seus colegas americanos encontraram a resposta estudando a estrutura da albumina, usada pelos espermatozoides e óvulos durante a fecundação. Os cientistas se interessaram pela proteína chamada HAP2. Ela está contida em organismos unicelulares e em algumas algas e insetos, o que indica a presença deste gene no antepassado comum de todos os eucariotas, ou seja, seres vivos com células com um núcleo celular.
Esse gene (proteína), segundo as observações feitas no estudo, é usado por organismos unicelulares para penetrar nas células humanas. Isso fez os cientistas concluírem que a fecundação das células durante o ato sexual não era a função inicial da proteína.
Assim, os especialistas compararam a estrutura da HAP2 com a de outras albuminas usadas pelos vírus para a contaminação. Foi descoberto que as estruturas são completamente idênticas excetuando uma "falha" em uma parte essencial da proteína.
Então os cientistas fizeram um experimento: eles corrigiram essa falha em células da alga Chlamydomonas reinhardtii.
Além de revelar as raízes evolucionais do sexo, a descoberta tem uma aplicação prática. A albumina HAP2 é usada por muitos patógenos, como a malária ou a toxoplasmose, e o bloqueio dela pode tornar as células humanas imunes a esses parasitas. Além disso, o bloqueio da albumina em ovos de insetos os tornará estéreis, o que poderá proteger a produção agrícola.
(com Agência Sputnik).