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Saúde

Russos descobrem substância capaz de tratar qualquer tipo de câncer

A revolucionária pesquisa ainda levará até três anos antes de ser testada em humanos

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Russos descobriram um medicamento novo e surpreendente, obtido graças à biotecnologia, que se mostrou eficaz no tratamento de tumores considerados malignos.
O experimento de obtenção da substância ainda é considerado de ensaios pré-clínicos, mas tudo indica que ela pode se tornar uma arma revolucionária na luta contra o câncer.

O anúncio da descoberta foi feito pelo professor Andrei Simbirtsev, diretor-adjunto do Instituto de Pesquisas de Produtos Particularmente Puros da Agência Médico-Biológica Federal da Rússia. "O nome de trabalho do nosso produto é 'proteína de choque térmico', devido à principal substância usada. Trata-se de uma molécula que pode ser sintetizada por qualquer célula do organismo humano em resposta a vários efeitos do estresse. Os cientistas conhecem sua existência há tempos, mas, inicialmente, supunham que ela só era capaz de proteger a célula contra determinados danos. Agora, foi revelado que ela possui uma funcionalidade única: a de ajudar a célula a acionar o sistema imunitário para liberação de antígenos contra tumores, reforçando, assim, a resposta imunitária antineoplásica", diz o pesquisador.

A descoberta russa pode inaugurar uma nova era para aqueles que lutam contra essa grave doença e, ao invés de passar pela quimioterapia e radioterapia, que provocam efeitos colaterais sérios, será possível usar o próprio sistema imunológico para atacar as células cancerosas.

Andrei Simbirtsev alerta, porém, que a quantidade dessa proteína no organismo é mínima. Com isso, foi realizado um procedimento biotecnológico especial para sintetizá-la. O professor explica que o gene da célula humana responsável pela produção da proteína foi isolado e clonado.
"Depois, nós criamos uma espécie produtiva e forçamos a célula bacteriana a sintetizar a proteína humana. Tais células se reproduzem bem, o que permite obter uma quantidade ilimitada da proteína", explica o cientista russo.

O pesquisador lembra que a equipe da Agência Medico-Biológica Federal não só criaram a tecnologia inovadora, mas também estudaram a estrutura da proteína e decifraram o mecanismo antineoplásico em nível molecular.

Simbirtsev acrescenta também que o medicamento foi testado em ratos sofrendo de melanoma e sarcoma. Uma série de injeções do produto levou a maioria das cobaias a uma recuperação completa em todos os estágios. "Podemos afirmar que a proteína dispõe da atividade biológica necessária para tratar o câncer", afirma o russo.

O cientista esclarece que os ensaios clínicos levam, em geral, dois ou três anos. Portanto, após esse prazo, o novo medicamento já estará disponível para uso pelos seres humanos

(com Agência Sputnik).