O que chamou a atenção foi a mensagem deixada pelo pichador: "perfeitaismo". Até então, esse é um termo bastante desconhecido. Não é uma palavra que você vai localizar no dicionário, mas, em uma pesquisa na internet é possível encontrar um livro com este título, que trata sobre um "sistema político-financeiro" governado pela "razão". Mas, afinal, que teoria é essa que se tornou destaque por meio de um vandalismo?
O autor do livro é o belo-horizontino Wesley Abreu, que se autodenomina um dos maiores filósofos do mundo, determinado a derrubar bases que sustentam a sociedade atual. O termo se refere a um sistema considerado perfeito, com a intenção de atingir o maior número de pessoas.
Ele propõe que todos os seres humanos tenham poderes para construírem riquezas. "Viver em um paraíso significa viver de forma luxuosa e em paz, sendo este sistema capaz de gerar a sociedade mais rica e justa de todos os mundos que se possa imaginar", diz trecho do livro. Segundo este modelo, não haveria limites orçamentários de créditos para nenhum investimento.
Ainda de acordo com a obra, o "perfeitaismo" pode promover hospitais completos contendo todos os equipamentos necessários de última geração, meio ambiente limpo, com lagos, rios e oceanos saudáveis, pois não haveria limite para os recursos financeiros.
Para explicar essa facilidade na aquisição dos recursos, o livro cita o sistema bancário atual, em que contratos de empréstimos são firmados com a condição de pagamento acrescido de juros.
O modelo também prega a ausência de representatividade por meio de políticos. "O perfeitaismo possui um sistema político no qual ninguém poderá representar o outro, pois somos indivíduos, o que nos torna únicos, sendo assim, nenhum outro ser humano é capaz de nos representar", diz Wesley Abreu, na publicação.
Crime
Apesar das "boas intenções" dessa "filosofia", o autor do ato acabou cometendo um crime ambiental, passível de detenção e multa. O artigo 65 da Lei 9.605/98 prevê três meses a um ano de prisão e multa. Porém, se o ato for realizado em monumento tombado em virtude do seu valor artístico (como é o caso da Igrejinha da Pampulha), a pena é de seis meses a um ano de detenção e multa..