Segundo a geriatra Daniela Tavares, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor, o termo Síndrome Locomotora foi criado por especialistas japoneses em 2007 para designar pacientes ortopédicos que manifestam dificuldades para se locomover, além de fortes dores e perdas frequentes de equilíbrio. "O diagnóstico é feito por meio de um simples questionário que identifica idosos sob alto risco de tornarem-se dependentes de cuidados e, concomitantemente, elevar o gasto em saúde pública. A condição é em decorrência de desordem locomotora, ou seja, na articulação, no osso, no músculo e no disco vertebral da coluna", esclarece a médica.
Reclamações recorrentes de dor; dificuldade para andar, para subir escadas, para atravessar a rua e para colocar uma meia; perda do equilíbrio; e quedas frequentes são alguns dos sinais que os familiares devem ficar atentos e que podem indicar a presença da Síndrome Locomotora. "Importante não confundir com características da idade e achar que é normal. Essa confusão acontece na população em geral e também com muitos médicos não geriatras. Não é alto natural do envelhecimento", frisa a especialista.
Estilo de vida
Para evitar que se adquira o problema, é fundamental tratar comorbidades pré-existentes, como diabetes e hipertenção, bem como praticar atividades físicas regularmente, controlar o peso e manter dieta saudável. "Exercícios que evitam desgaste articular e preservam o equilíbrio são importantes para prevenir que a síndrome se instale. Além disso, também é preciso atentar sobre a circunferência abdominal e o ganho de peso", alerta a geriatra.
Não existe medicação específica para o tratamento de Síndrome Locomotora. É possível apenas aliviar as dores que coexistem com esta condição. De acordo com a médica, o problema está atrelado fortemente com a dor crônica, que acomete 60 milhões de brasileiros, segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor..