Durante a reunião, os principais argumentos utilizados foram relacionados à necessidade de não gerar competição com o aeroporto internacional de Confins.
Paulo Cesar Rangel, diretor-presidente da BH Airport, concessionária que administra Confins, criticou a possibilidade de transferência de voos para a Pampulha. "Se soubéssemos que o aeroporto da Pampulha seria reaberto pouco tempo depois, não teríamos entrado no leilão", afirma o emrpesário. Para ele, a competição entre os dois terminais seria predatória. Ele cita estudos que indicam que os dois aeroportos dividem o mesmo espaço de captação de passageiros. Por fim, destaca que as passagens, segundo tais estudos, devem aumentar de preço e que a possibilidade de aumentar as conexões entre voos deve ser reduzida em Confins diante da reabertura da Pampulha.
Impactos ambientais
Os moradores da Pampulha também se manifestaram contra o retorno das grandes aeronaves. O representante da Associação dos Moradores do Bairro Jaraguá, Rogério Carneiro de Miranda, lembra que é preciso considerar os impactos ambientais. Segundo ele, no entorno do aeroporto moram 160 mil pessoas, que seriam diretamente prejudicadas pela poluição sonora.
"A Infraero vai ganhar dinheiro com a volta dos voos.
Porém, quem se posicionou favoravelmente à retomada dos voos na Pampulha defendeu que não haverá competição entre os dois aeroportos, e sim, uma complementaridade. O superintendente do terminal de Belo Horizonte, Mário Jorge de Oliveira, ressalta que as exigências de segurança da Agência Nacional de Aviação (Anac) têm sido cumpridas. Ele salienta, ainda, que o aeroporto da Pampulha pode receber aviões do porte do Boeing 737. "Não estamos buscando conexões internacionais. Confins continuará sendo o principal aeroporto", afirma o superintendente, complementando que três companhias aéreas já manifestaram interesse em operar no terminal. Oliveira explica que o plano é manter no máximo três voos por hora e não funcionar no período noturno.
Quem também defendeu essa posição foi o secretário adjunto municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Bruno Miranda. Para ele, não se pode defender de forma incondicional a concessão que hoje administra Confins. "Precisamos conversar com moradores, comerciantes e usuários dos dois aeroportos", completa o secretário.
Deputados são contra
Os parlamentares presentes na audiência pública na ALMG se posicionaram contrários à proposta de reativação do aeroporto da Pampulha. "É preciso respeitar os investidores, que geram emprego, renda e impostos", afirma o deputado Roberto Andrade (PSB), referindo-se à concessionária BH Airport. Ele ressalta que é preciso avaliar os possíveis impactos dessa medida, especialmente para o turismo de eventos.
Já o deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) salienta que o aeroporto de Confins é parte de um projeto maior de desenvolvimento do vetor norte da capital mineira, ao lado de outros investimentos, como a Cidade Administrativa. "Não podemos dar marcha a ré nesse processo", diz o parlamentar.
(com assessoria da ALMG).