A substância foi desenvolvida a partir da união de duas moléculas: a tiossemicarbazona, um composto orgânico, e o ouro. No Trypanosoma cruzi, a tiossemicarbazona atravessa a membrana da célula e atua diretamente na forma amastigota (que não possui flagelo), considerada a mais resistente.
De acordo com Carla Duque Lopes, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, uma das autoras do trabalho, sabe-se que a tiossemicarbazona inibe a cruzaína, uma enzima essencial para a sobrevivência do parasita. "O ouro, como metal, pode atuar desestruturando o DNA do Trypanosoma cruzi ou em alguma via da rota metabólica. A ideia é que o complexo metálico atue em múltiplos alvos contra ele. Entretanto, seu mecanismo de ação ainda precisa ser mais bem estudado", esclarece a pesquisadora.
O estudo também avaliou que é preciso usar pequenas quantidades do composto para matar o parasita. "Possivelmente, para um tratamento, a quantidade de composto pode ser menor que a administrada para o benznidazol .
(com Jornal da USP).